MORTE DE PIERRE VERGER


NOME: Pierre Edouard Leopold Verger (93 anos) 
QUEM FOI: fotógrafo e etnólogo autodidata francês. Assumiu o nome religioso Fatumbi. Era também babalawo (sacerdote Yoruba) que dedicou a maior parte de sua vida ao estudo da diáspora africana - o comércio de escravos, as religiões afro-derivadas do novo mundo, e os fluxos culturais e econômicos resultando de e para a África. Após a idade de 30 anos, depois de perder a família, Pierre Verger exerceu a carreira de fotógrafo jornalístico. A fotografia em preto e branco era sua especialidade. Usava uma máquina Rolleiflex que hoje se encontra na Fundação Pierre Verger. Durante os quinze anos seguintes, ele viajou os quatro continentes e documentou muitas culturas que logo desapareceriam sob o impacto da ocidentalização. Suas fotografias foram publicadas em revistas como Paris-Soir, Daily Mirror (com o pseudônimo de Mr. Lensman), Life, e Match. Verger escreveu 18 obras. Entre as mais importantes estão , "Lendas Africanas dos Orixás", com Carybé, e "Fluxo e Refluxo do Tráfico de Escravos Entre o Golfo de Benin e a Bahia de Todos os Santos nos Séculos 17 a 19". Na cidade de Salvador, apaixonou-se pelo lugar e pelas pessoas, e decidiu ficar. Tendo se interessado pela história e cultura locais, ele virou de fotógrafo errante a investigador da diáspora africana nas Américas. Em 1949. 
NASCIMENTO: 4 de novembro de 1902 - Paris, França. 
MORTE: 11 de fevereiro de 1996 - Salvador, BA, Brasil. 
CAUSA DA MORTE: Insuficiência cardíaca e edema agudo no pulmão. 
OBS: Pierre Verger foi sepultado no final da tarde no cemitério da Ordem Terceira, um dos mais humildes da capital baiana. Compareceram ao enterro dezenas de pessoas ligadas ao candomblé, além de políticos, artistas e intelectuais baianos, entre eles o cantor Gilberto Gil, o artista plástico Carybé e o fotógrafo Mário Cravo Neto.